Gen Kimura: O Youtuber Que Desagradou Comando da Polícia de São Paulo.
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- Kewin Fernandes
- julho 2, 2024
- Notícias
Investigação da Secretaria de Segurança Pública
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo está investigando o youtuber americano Gen Kimura. Recentemente, Kimura filmou ações da Polícia Militar (PM) em favelas da Zona Norte de São Paulo. No vídeo, ele aparece dentro de uma viatura, vestindo um colete da PM, conversando em inglês com os policiais e narrando perseguições dentro das comunidades.
Práticas Proibidas
Segundo a SSP, essa prática é proibida e não foi autorizada pelo comando da PM. Como consequência, cinco policiais militares que permitiram a gravação foram afastados preventivamente de suas funções. A SSP afirmou que “toda a dinâmica mostrada nas imagens, envolvendo um civil em práticas exclusivamente militares, não é permitida e fará parte das investigações.”
Quem é Gen Kimura?
Gen Kimura, de 27 anos, nasceu em Portland, nos Estados Unidos. Ele estudou Finanças e Espanhol na Southern Cross University (SCU). Durante a pandemia de 2020, Kimura começou a produzir vídeos e textos sobre temas variados, como violência, descriminalização das drogas, racismo, diversidade e feminismo.
Até 2023, Kimura conciliava a produção de conteúdo para suas redes sociais com um emprego corporativo como Engenheiro de Soluções na Salesforce, uma empresa de software de relacionamento com clientes. Ele afirmou em seu Instagram que deixou o emprego, mas ainda se descreve como funcionário em seu perfil no LinkedIn.
Presença nas Redes Sociais
No YouTube, o canal de Gen Kimura conta com mais de 380 mil inscritos. Ele também tem uma presença significativa no TikTok, com 73 mil seguidores, e no Instagram, com 31,7 mil seguidores. Kimura apresenta seus canais com a frase: “Changing the way our society approaches issues” (“Mudando a maneira como nossa sociedade aborda questões”). Além disso, ele tem uma newsletter e um podcast, onde declara: “Fazemos documentários e entrevistas sobre temas sociais e polêmicos. Inspiramos os pensadores independentes a facilitar conversas através de conteúdos ousados e instigantes que exploram todas as perspectivas.”
Embora o projeto seja apresentado como um esforço coletivo, a equipe de colaboradores que supostamente trabalha com Kimura não é mencionada. A produção é financiada por contribuições de sua audiência via Patreon e por acordos com anunciantes, incluindo empresas como Starbucks e Grammarly. Em seu Instagram, Gen Kimura menciona estar em um relacionamento com uma influenciadora brasileira.
(Reprodução: YouTube)
Impacto e Controvérsia
A participação de Gen Kimura nas operações da PM em São Paulo gerou grande controvérsia. A permissão para que um civil participe de atividades policiais, especialmente em áreas sensíveis como favelas, levanta questões sobre segurança e ética. A SSP está investigando as circunstâncias que permitiram as gravações e prometeu tomar “todas as providências necessárias.”
O Debate sobre a Participação de Civis em Operações Policiais
A presença de Kimura em operações policiais não autorizadas traz à tona questões sobre a participação de civis em práticas militares. Embora documentar e cobrir ações policiais possa trazer maior transparência, há preocupações significativas sobre a segurança e a privacidade das pessoas envolvidas. O uso de coletes da PM e a participação ativa em operações podem criar confusão e colocar todos em risco.
A Influência das Mídias Sociais
O caso de Gen Kimura destaca o poder e a influência das mídias sociais. Com uma base considerável de seguidores, Kimura tem a capacidade de moldar opiniões e gerar debates sobre questões sociais importantes. No entanto, essa influência vem acompanhada da responsabilidade de agir eticamente e dentro dos limites da lei.
Conclusão
A investigação sobre a participação de Gen Kimura em operações da PM em São Paulo ilustra a complexidade e os riscos de envolver civis em práticas militares. O trabalho de Kimura continua a provocar debates sobre os limites da produção de conteúdo em áreas de segurança pública. Este caso serve como um lembrete da importância de equilibrar transparência e segurança, garantindo que todas as práticas sejam realizadas de maneira legal e ética.